Anastásia na Cultura Pop

Anastasia aunque no sea DisneyCem anos após a Revolução Russa, Nicolau II e a família estão muito melhor na História do que aqueles que derrubaram a Monarquia dos Romanov. Cada nova biografia é um estouro de vendas. Mas, antes mesmo que os Romanov fossem absolvidos pela Procuradoria Geral da Rússia e aceitos na lista de vítimas políticas da ditadura leninista,  a família imperial russa já era ícone pop graças aos meios de comunicação de massa. 
Uma das maiores responsáveis por manter acesa a memória das Romanov foram os impostores que alegaram ser os descendentes de Nicolau II. De todos a mais famosa foi sem dúvida Anastásia Tchaikovsky ou Ana Anderson. Anderson, de quem nós já falamos no blogue até à exaustão, foi identificada por vários parentes e amigos íntimos do último czar como a legítima Anastásia. Mas foi tachada de impostora pelo tio, Ernesto de Hesse, depois que alegou tê-lo visto em uma tentativa de negociação de paz em separado com o czar. Logo no início  Hollywood demonstrou interesse pela história e em 1928 lançou Clothes Make the Woman. O filme narra a história de uma mulher que pretende fazer um teste para o papel de Anastásia Romanov, mas é reconhecida por um dos soldados que a resgataram dos homens que iriam matá-la.
Ainda no mesmo ano o diretor alemão Arthur Bergen gravou "Anastásia, a falsa filha do czar". Na fita, um estúdio decide dirigir uma cinebiografia sobre a filha caçula do imperador de todas as Rússias. A direção de elenco apresenta várias candidatas ao papel de protagonista a Miguel, tio da grã-duquesa que não vê em nenhuma a sobrinha adorada. A verdadeira Anastásia então decide encontrar a tia e provar que está viva. Para isso contará com a ajuda do oficial da Guarda Branca, Volkov, por quem se apaixona perdidamente. A moça decide ficar com o tenente, desistindo de ser reconhecida como a filha do tsar.        
Foi ainda Anderson que provavelmente inspirou a personagem da princesa Swana (Ina Claire) em "Ninotchka" (1939). No longa, dirigido por de Ernst Lubitch, Swana aparece reivindicando o trono da Rússia, algo que Tchaikovski, se de fato era a filha de Nicolau II, nunca fez.
Nos anos 50 a "20th Century Fox" compra os direitos autorais da história de Anna Anderson e leva às telas "Anastásia, a Princesa Esquecida". O filme tinha um elenco estelar encabeçado por Ingrid Bergman, Yul Brynner e Helen Hayes. Pelo filme, Bergman ganhou seu segundo Oscar de Melhor Atriz.  Uma premiação bastante polêmica, pois tanto Carroll Baker como Deborah Kerr, que também concorreram no mesmo ano, mereciam bem mais o prêmio. 
Selfie de la gan duquesa Anastasia RomanovnaQuase trinta anos depois a rede de Televisão NBC dá sua própria versão para a história com "Anastásia: O Mistério de Ana". Adaptada do livro "O Enigma de Ana Anderson", do pesquisador Peter Kurth, e produzida dois anos após a morte de Ana Anderson,  a minissérie relata a saga de Anderson desde o seu aparecimento no início do século XX até as dificuldades para provar sua identidade.    
Quase dez anos mais tarde, na esteira das princesas da Disney, a "20th Century Fox" grava um musical baseado em uma princesa de verdade, Anastásia. A animação tem uma aprovação de 92% dos usuários do Google, bem maior que "Pequena Sereia" (89%), Aladim (90%) e só um pouco menor que "A Bela e a Fera (93%)  e foi provavelmente o que popularizou a princesa russa entre novas gerações de fãs. 
Em 2004 Steve Berry escreveu "A Profecia Romanov". O enredo é baseado em uma das muitas lendas urbanas que explicam uma eventual fuga da princesa. No romance, Anastásia e Alexis, feridos, são resgatados pelos guardas e levados para os Estados Unidos onde vivem sob nomes fictícios com uma família de advogados. Posteriormente os dois adoecem e morrem. Mas antes, Alexis se casa e tem um filho. 
A lenda da princesa também inspirou Tori Amos na canção "Yes Anastasia" e a Banda "Innocence Mission" em "I remember me". A grã duquesa já foi até personagem de jogo: "Shadow Hearts: Convenant". 
Anastásia também foi tema de novela. Em junho de 1967 foi ao ar pela primeira vez "Anastásia, a Mulher sem Destino". A história era uma adaptação do folhetim francês "A Toutinegra do Moinho" e tinha Leila Diniz no papel principal. Mas o excesso de personagens (chegou a 100!) tornou a trama confusa e o drama foi um grande fracasso até que Janete Clair foi chamada para socorrer o enredo. A competência para conduzir a intriga abriu para a escritora as portas da Rede Globo. No canal de Roberto Marinho assinaria ainda sucessos como "Selva de Pedra", "Irmãos Coragem" e "Pecado Capital".  A sucessão de êxitos valeu-lhe o epíteto de "A Dama das Oito", como entrou para a história da teledramaturgia brasileira. 
A caçula de Nicolau II também tem o privilégio de ser apontada por historiadores da fotografia como uma das primeiras pessoas a fazer uma selfie. E os projetos ainda não acabaram. Com a aquisição da Fox pela Disney, o estúdio já anunciou que em breve chegará às telas um novo filme sobre a princesa russa. A verdadeira Anastásia queria ser atriz. Pelo jeito, se tivesse realizado o sonho teria sido famosa.

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