O Fenômeno 'La la Land' - Cantando Estações
Damien Chazelle atribui à formação de baterista de jazz seu amor por filmes musicais. Ainda em 2009 ele apresentou como trabalho de conclusão de curso um filme sobre um jazzista em Boston, "Guy and Madeline on a Park Bench". Uma produção de baixo orçamento que conseguiu uma certa projeção em vários festivais de cinema independente.
Um ano depois ele começou a escrever o cenário de "La la Land" com o amigo Justin Hurwitz, que assinaria a trilha sonora. Originalmente ele pretendia pegar elementos de musicais da "era de ouro de Hollywood e adaptá-los para a realidade do século XXI, onde as coisas nem sempre saem como previsto", contou. Com a história ele almejava prestar uma homenagem às pessoas que todos os dias chegam à Los Angeles acalentando o sonho da fama. Como ele mesmo e Hurwitz quando chegaram em Los Angeles em 2010.
Mas como produzir um musical pop no século XXI para uma geração que cresceu assistindo a filmes 3D? Bons musicais exigem um grande orçamento. Investimento que exigia um certo risco, principalmente quando o que está em alta em Hollywood são enredos com super heróis. Mesmo não acreditando muito no projeto, dois produtores, Fred Berger e Jordan Horowitz, aceitaram financiar a produção desde que Chazelle fizesse algumas concessões. A primeira: Sebastian deveria ser um cantor de rock e não um pianista de jazz. A cena de abertura, difícil de ser filmada, seria cortada e o final alterado. Diante de tantos sacrifícios, o diretor decidiu adiar "La la Land" para um segundo momento e começa a filmar "Whiplash - Em busca da Perfeição".
O drama do jovem baterista de jazz custou apenas 3,3 milhões e ganhou 50 milhões de dólares no mundo inteiro, além de cinco indicações ao "Oscar". Após o sucesso do primeiro filme, o estúdio "Summit Entertainment" decide bancar e distribuir "La la Land". Para os papéis principais, a princípio Damien Chazelle pensou em Miles Teller e Emma Watson. Mas devido um desacordo contratual, Teller abandonou o projeto; quanto a Watson, desistiu para filmar "A Bela e a Fera". O diretor cogitou então Emma Stone para interpretar Mia depois de vê-la no musical "Cabaret", em cartaz na Broadway.
Na época Emma já havia trabalhado com Ryan Gosling nos filmes "Amor a toda Prova" e "Caça aos Gângsteres". "Os dois atores eram os que mais se aproximavam da imagem de um típico casal mítico hollywoodiano como Katharine Hepburn e Spencer Tracy, Fred Astaire e Ginger Rogers ou Myrna Loy e William Powell", comentou Chazelle. O diretor de "Whiplash" então convida-a para protagonizar "La la Land" e Emma aceita depois de observar seu entusiasmo em gravar o longa.
Para interpretar Mia Dolan, Emma Stone assistiu a "Guarda-Chuvas do Amor" e aos dez filmes de Ginger Rogers e Fred Astaire. Também embutiu elementos da experiência pessoal como a mudança para Hollywood aos quinze anos para ficar mais próxima dos locais de audição. Como a protagonista ela também teve que batalhar bastante para conseguir o primeiro papel e normalmente era recusada depois de cantar ou dizer um diálogo.
Quanto a Ryan Gosling, preferiu um filme pouco conhecido de Coppola, "O Fundo do Coração", para a construção do "seu Sebastian". Chazelle também o estimulou a introduzir no personagem a prática adquirida com as dificuldades enfrentadas no início da carreira. Uma das anedotas aproveitadas no roteiro do filme foi aquela em que a diretora de "casting" pede o almoço durante a audição de Mia.
Enredo
O drama do jovem baterista de jazz custou apenas 3,3 milhões e ganhou 50 milhões de dólares no mundo inteiro, além de cinco indicações ao "Oscar". Após o sucesso do primeiro filme, o estúdio "Summit Entertainment" decide bancar e distribuir "La la Land". Para os papéis principais, a princípio Damien Chazelle pensou em Miles Teller e Emma Watson. Mas devido um desacordo contratual, Teller abandonou o projeto; quanto a Watson, desistiu para filmar "A Bela e a Fera". O diretor cogitou então Emma Stone para interpretar Mia depois de vê-la no musical "Cabaret", em cartaz na Broadway.
Na época Emma já havia trabalhado com Ryan Gosling nos filmes "Amor a toda Prova" e "Caça aos Gângsteres". "Os dois atores eram os que mais se aproximavam da imagem de um típico casal mítico hollywoodiano como Katharine Hepburn e Spencer Tracy, Fred Astaire e Ginger Rogers ou Myrna Loy e William Powell", comentou Chazelle. O diretor de "Whiplash" então convida-a para protagonizar "La la Land" e Emma aceita depois de observar seu entusiasmo em gravar o longa.
Para interpretar Mia Dolan, Emma Stone assistiu a "Guarda-Chuvas do Amor" e aos dez filmes de Ginger Rogers e Fred Astaire. Também embutiu elementos da experiência pessoal como a mudança para Hollywood aos quinze anos para ficar mais próxima dos locais de audição. Como a protagonista ela também teve que batalhar bastante para conseguir o primeiro papel e normalmente era recusada depois de cantar ou dizer um diálogo.
Quanto a Ryan Gosling, preferiu um filme pouco conhecido de Coppola, "O Fundo do Coração", para a construção do "seu Sebastian". Chazelle também o estimulou a introduzir no personagem a prática adquirida com as dificuldades enfrentadas no início da carreira. Uma das anedotas aproveitadas no roteiro do filme foi aquela em que a diretora de "casting" pede o almoço durante a audição de Mia.
Enredo
Parecia mais uma manhã de engarrafamento de Los Angeles. Mas para Mia e Sebastian representava uma nova etapa nas suas vidas. Ela em busca do sonho de ser atriz e ele com a árdua tarefa de resgatar as raízes do jazz levando-o de volta às origens. Mas o trabalho não parecia fácil. Para isso ele teria que ter o próprio capital e para acumular uma certa economia teria que perder sua liberdade artística tocando o que não gostava, como aconteceu ao ser demitido por tocar uma música que não estava na seleção escolhida pelo chefe.
Aspirante à atriz, Mia trocara a pacata Boulder City, e o segundo ano de Direito, por Los Angeles, "cidade das estrelas". Na cidade natal, Mia morava em frente à uma biblioteca onde a tia, atriz de uma companhia de teatro itinerante, apresentou-a ao cinema clássico numa sessão de filmes antigos que incluiu "Levada da Breca", "Interlúdio" e "Casablanca". Provavelmente foi aqui que a personagem se tornou fã da atriz Ingrid Bergman e decidiu ser atriz. Mais tarde, as duas começaram a encenar os filmes que viam e Mia começou a escrever as próprias peças de teatro no quarto. No momento o mais perto que Mia estava do sonho de ser atriz era trabalhando em um bar que pertencia ao estúdio da Warner Bros. Ouvindo a história de vida da nova amiga, Sebastian viu nela o que muitos produtores e diretores de elenco não viram até então, um talento em potencial, e a encorajou a escrever um roteiro para si mesma. Inspirada na biografia dela. E Mia começa a escrever o primeiro monólogo profissional.
Sebastian recebe um convite para tocar numa banda. O estilo não agrada ao músico, mas lhe dá a oportunidade de economizar para realizar o sonho de ter o próprio clube de jazz. 'O jazz está morrendo por causa de gente como você. Você toca para velhos de 90 anos no 'Lighthouse'. Onde estão os jovens? Você é obcecado por Kenny Clarke e Thelonious Monk. Eles foram revolucionários. Como vai ser revolucionário sendo tão tradicionalista? Você se prende ao passado, mas jazz é o futuro.' Questiona-o o vocal da banda. O grupo é um grande sucesso e sai em turnê pelo país. A peça de Mia não alcança o êxito esperado mas sua criatividade artística chama a atenção de Amy Brandt, uma diretora de elenco que está procurando uma atriz para um novo filme. Mia consegue o papel e vai para Paris onde a fita seria gravada e Sebastian concretiza o ideal de ter o próprio clube de jazz, onde os dois se reencontram cinco anos depois.
Apesar do enredo se desenvolver a partir da história dos dois personagens, o verdadeiro protagonista do filme é a cidade de Los Angeles. O diretor presta um tributo à cidade enfatizando não o seu aspecto poético mas seu cotidiano representado pelo engarrafamento, alastramento urbano e coloração do céu. "Mais do que qualquer outra cidade americana, Los Angeles esconde ou negligencia a própria história. Mas há algo de mágico nisso, porque ela se revela paulatinamente, como um cebola que você vai descascando, quando separa um tempo para explorá-la".
Por que La la Land é o verdadeiro melhor musical dos anos 2000?
Mesmo que o investidores considerem perigoso investir num filme musical desde o final dos anos cinquenta, fortuitamente um filme do gênero marca o espírito do público, mesmo dos que não são fãs do estilo. Um dos exemplos mais memoráveis sem dúvida alguma foi "Amor sublime Amor" nos anos sessenta. A história de amor proibida entre dois integrantes de gangues rivais, os jets e os sharks, venceu dez Oscars e arrebatou plateias do mundo inteiro. A produção também é considerada um dos vinte e cinco melhores musicais já feitos além de ser um substantivo comum das listas de melhores filmes de todos os tempos.
O musical já não era mais o gênero favorito do cinema nos anos setenta, ainda assim a década praticamente começou com "Cabaret" e terminou com "O show deve continuar". No intervalo entre os dois "Os Embalos de Sábado à Noite" e "Nos Tempos da Brilhantina" conquistaram jovens do mundo todo e fizeram de John Travolta um ídolo mundial.
Das produções dos anos 80, malgrado o sucesso de "Fame" e "Footloose", a mais marcante foi "Dirty Dancing". A cena em que Jennifer Grey e Patrick Swayze dançam ao som de Bill Medley e Jennifer Warnes na canção "(I've had) The Time of my Life" é um dos melhores números musicais da história do cinema.
Nos anos 90 houve "Mudança de Hábito I e II", "Selena" e "Dance with me" mas as verdadeiras grandes produções foram assinadas pela Disney com alguns filmes infanto-juvenis que marcaram época como "Aladim", "O Rei Leão", "Fantasia 2000", "O Príncipe do Egito", "Pocahontas" e o excelente "A Bela e a Fera".
"Moulin Rouge", lançado na década seguinte, marcou uma nova fase na carreira da atriz Nicole Kidman além de inaugurar a era dos musicais dos anos 2000 que teria um pico com "Chicago". Também houve outros sucessos como "Mamma Mia" e "Os Miseráveis", mas nenhum deles se tornou um fenômeno como "La la Land". Por quê? "La la Land" é uma história universal. A história de Damien Chazelle tem o potencial de encantar a um público de todas as faixas etárias. Agrada aos pais que foram fãs de John Travolta sem desagradar aos jovens que se veem nas alegrias e frustrações da jovem Mia. Afinal, quem um dia nunca sonhou em ser uma atriz, um cantor ou ainda um jogador de futebol? Quem algum dia nunca se imaginou num palco, no grande ecrã, num gramado ou numa passarela de moda?
O filme também nos leva aos questionamentos que nós devemos fazer algum dia. Qualquer que seja nossa idade a questão vale para nós: quem ou o quê devemos priorizar? Nossa carreira, uma pessoa que faça parte da vida ou a família? O diretor não responde e até propõe os dois cenários possíveis. O segundo quando Mia imagina o futuro que ela poderia ter tido se em lugar da carreira tivesse escolhido ficar ao lado de Sebastian.
Mas o grande trunfo do filme é a sinceridade. Diferentemente de outros filmes que são produzidos em série para vender ingressos, Chazelle usou o amor pelo cinema como matéria prima para produzir "La la Land" e compartilhou o produto com outros cinéfilos. Os amantes de cinema não tem se mostrado indiferentes. O resultado foram os seis Oscars na "89th Academy Awards". As locações da história viraram pontos turísticos e a produção cogita adaptar o filme para um musical na Broadway.
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